quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

EM JORNAL 



PERTURBAÇÕES DA LINGUAGEM 


"Comunicar, na sociedade actual, não é uma opção é uma condição. No dia-a-dia somos chamados a intervir em múltiplas situações e fazê-lo correctamente torna-se fundamental. Dessa forma, as perturbações da comunicação assumem-se como um handicap que interfere directamente com a qualidade de vida dos indivíduos.
Nas crianças, as dificuldades de linguagem assumem consequências muito negativas para o seu desenvolvimento. Sendo normalmente desvalorizadas acabam por se tornar responsáveis por graves dificuldades de aprendizagem, nomeadamente na escrita e leitura, conduzindo ao insucesso escolar.
EM CASOS EXTREMOS, AS DIFICULDADES LEVAM AO ISOLAMENTO
Nos adolescentes/adultos estas perturbações reflectem-se sobretudo ao nível do bem-estar e da auto-estima. Provocam muitas vezes sentimentos de desconforto nas situações de interacção social que podem até traduzir-se na dificuldade de ascensão profissional. Outros efeitos comuns são o receio de ser ridicularizado e, em casos extremos, o isolamento. As dificuldades de comunicação, tantas vezes objecto de sketches humorísticos ou até publicitários, não têm piada para quem as sente na pele. Devem ser combatidas e têm tratamento.
O Terapeuta da Fala é o profissional habilitado para lidar com este tipo de dificuldades. Previne, avalia e intervém nas perturbações da comunicação humana contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos seus pacientes." Escrito por Gonçalo Leal, In Expresso











TERAPEUTAS INDICAM ALGUMAS ESTRATÉGIAS

Os terapeutas da fala preferem não falar em cura mas sim em tratamentos centradas nas pessoas.
"De acordo com o Terapeuta da Fala Gonçalo Leal membro da Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala ( APTF – www.aptf.org), na “intervenção com os pacientes são tidos em conta factores como a idade, consciência da dificuldade, limitações e impacto da gaguez no dia-a-dia”. Uma das estratégias utilizadas para contornar a gaguez, e que é trabalhada em gabinete é o “ter uma fala mais relaxada, um discurso mais lento”. Outra estratégia utilizada pelos terapeutas da fala, em conjunto com os psicólogos, é o encontrar formas de lidar com situações reais que causam desconforto e sofrimento a quem gagueja. Este trabalho conjunto procura, sobretudo eliminar o impacto da gaguez na qualidade de vida da pessoa, tentar atingir uma fluência em que a pessoa se sinta confortável e sobretudo uma fala com que se identifique. Os terapeutas recordam que a gaguez ainda não tem cura" Escrito por Gonçalo Leal, In Expresso



A gaguez!

"Quem não tem um amigo ou conhecido que gagueje?

A tendência natural é de ‘ajudar’, concluindo as palavras por ele ou dizendo: “fala com calma”, “respira”. Preocupamo-nos com a forma e não com o conteúdo. Nada mais errado.
Ao contrário da visão estereotipada que temos, a gaguez não tem origem na ansiedade, timidez ou insegurança. A gaguez é uma perturbação da fala de causa multifactorial. Caracteriza-se por interrupções no discurso que quebram a sua espontaneidade e que estão, por vezes, associadas a manifestações físicas (piscar de olhos, aumento da tensão muscular). Não se encontra, como muitos pensam, relacionada com falta de inteligência ou problemas de saúde mental.
A gaguez surge sobretudo na infância, podendo prolongar-se (e agravar) durante a vida adulta. Num mundo onde a comunicação condiciona as nossas vivências, estas dificuldades podem manifestar-se na vida académica (vergonha de participar nas aulas e reservas na escolha da profissão), laboral (condicionando o desempenho e a progressão da carreira) e social (recusa em falar para não ser gozado ou, simplesmente, para não aborrecer o ouvinte).

A GAGUEZ NÃO TEM ORIGEM NA TIMIDEZ, ANSIEDADE OU INSEGURANÇA

O terapeuta da fala avalia a dimensão do problema e orienta os indivíduos (ou pais e professores) fornecendo as estratégias necessárias à eliminação/ minimização do problema." Escrito por Gonçalo Leal, In Expresso





É URGENTE BRINCAR
"Os conceitos de desenvolvimento e crescimento embora intimamente interligados não podem ser assumidos como sinónimos. Falar de crescimento é remeter para mudanças de tamanho, altura, evocar o conceito de desenvolvimento é abordar um processo de mudanças, no qual a criança vai adquirindo novas competências e aprendendo a dominar níveis mais complexos de acção, pensamento, linguagem, emoção e interacção.
É precisamente no âmbito do desenvolvimento que o brincar e o jogo assumem um papel fundamental como mediadores e veículos primordiais para um processo de desenvolvimento harmonioso.
Na realidade, brincar é quase tão essencial para a vida das crianças como a satisfação de outras necessidades básicas, é também através do brincar, do jogo que a criança interage com o mundo, adquire noções de quantidade, seriação, regras, limites, tolerância à frustração, valores de convivência social e tantas mais competências do domínio cognitivo, motor, emocional, comportamental e social.
De certo modo, o homem, neste caso, a criança só é completo quando brinca, é pois no palco da brincadeira e do jogo que a criança vive uma multiplicidade de experiências, a imaginação e criatividade são estimuladas, o exercício e treino de estratégias e resolução de problemas são postos à prova, as regras são interiorizadas e uma diversidade de emoções experimentadas.
Tal como Piaget defendeu os jogos são na realidade admiráveis instituições sociais, através dos quais se aprende e apreende regras de convivência social promotoras de um comportamento pró social e estimuladoras da inteligência emocional.
É também no mundo da brincadeira que as crianças desenvolvem a inteligência, treinam a memória, promovem a concentração e o pensamento divergente, analisam, põem em prática  a capacidade de abstracção, mas é também neste cenário de brincadeira que a inteligência emocional é cultivada e desenvolvida. Aprendem-se a controlar e gerir emoções, a lidar com as frustrações, a viver com o ganhar e perder, a procurar soluções e alternativas e estimulam-se as relações, a empatia, fomentando a consciência social e moral que contemple o Outro.
Brincar é sem dúvida peça essencial para o desenvolvimento equilibrado de qualquer criança, passando de etapa em etapa, transitando fases desde o brincar sozinho, ao faz de conta, aos jogos de regras, todas estas expressões e formas de brincar são elementos centrais para o desenvolvimento da criança, entendido como processo multidimensional e fruto da interacção.
Brincar é mesmo urgente, sobretudo num tempo em que tudo se faz a correr, é essencial que seja dado tempo às crianças para brincar, esquecendo a ideia de que brincar é um mero passatempo, mas que efectivamente se trata de algo vital para a saúde física e psicológica da criança.
Brincar com as crianças, com os filhos é preciso, é também de educação que se fala, de amor, de regras, de disciplina, alguns dos ingredientes fundamentais para garantir um desenvolvimento equilibrado.
É por intermédio do brincar que a criança estrutura, reconstrói, conhece e explora, experimenta, ultrapassa a realidade, imita, manipula, exercita, encena e vai completando o processo de formação da sua identidade pessoal e social de forma mais compensadora e gratificante.
Quanto tempo sobra então para brincar? E brincar com o quê? Com quem?

É imperioso que todas as crianças tenham espaço e tempo para brincar, trata-se de um direito para as crianças e de um dever para todos nós adultos, pais e educadores permitirmos e proporcionarmos este espaço e tempo."Escrito por Sonia Serrão in www.clinicanavegantes.com 




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